Incidência de Diabetes cresce descontroladamente em todo o país
Posted by Da Redação em 10 de janeiro de 2011
Por Graciliano Cândido

Flaviene aconselha alimentação balanceada para o controle da diabetes (Foto: Graciliano Cândido)
De acordo com o último estudo divulgado pela Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas) do Ministério da Saúde, em 2008 o Brasil apresentou 5,3% de casos na população, isso representa sete milhões e meio de portadores de diabetes auto-referido maiores de 18 anos, ou seja, pessoas que sabem que tem a doença. Estima-se que 10% desse total sejam de diabetes tipo 1 e os 90% restantes do tipo 2.
No Distrito Federal, cerca de 115 mil pessoas são portadoras da doença (4,4% da população do DF). A alimentação errônea e a obesidade estão muito ligadas ao surgimento da doença nas pessoas. Enquanto na década de 1970 e 1980 o diabetes surgia em pessoas adultas, atualmente, o diagnóstico tem sido feito até mesmo em crianças.
Um ponto alarmante é que a incidência de diabetes vem aumentando drasticamente em todo país e no mundo. Dados do IDF (Internacional Diabetes Federation) projetam um aumento de 100% nos casos de Diabetes Tipo 2 no ano de 2025, no Brasil, fato que podemos extrapolar para nossa cidade. Além disso, uma grande parcela dos pacientes diabéticos não sabem que tem a doença, pois o diagnóstico pode ser postergado em até 7 anos.
A Supervisora da Residência Médica de Endocrinologia e Metabologia do Hospital Regional de Taguatinga (HRT) Dra. Flaviene Prado, diz que o motivo maior do diabetes aparecer mais precocemente são os hábitos alimentares inadequados, sedentarismo, uso de corticóides, além da obesidade. “Hoje em dia a rotina é diferente, e infelizmente as pessoas consomem muito fast food (comidas rápidas)”, salienta Dra Flaviene.
Sintomas
Tipo 1: Maior incidência em pessoas jovens e magras. É comum a pessoa sentir muita sede, necessidade de urinar várias vezes e emagrecimento rápido.
Tipo 2: Pessoas obesas e sedentárias estão mais vulneráveis de adquirirem a doença.
A médica, explica que é uma doença assintomática, ou seja, a pessoa não sente nada. Ela recomenda fazer acompanhamento a cada dois anos, para as pessoas sem fatores de risco ou fazer o teste oral de tolerância a glicose, mais conhecido como TOTG, para aquelas com algum ou mais fatores de risco.
Quem pode adquirir diabetes tipo 2 – Fatores de risco
– Obesos
– Sedentários
– Mulheres que tiveram diabetes gestacional
– Mulheres com síndrome de ovários policístico
– Mães e filhos que foram grandes para a idade gestacional
– Histórico familiar
– Idade avançada: acima dos 60 anos
-Hipertensão arterial sistêmica
– Triglicerídeos elevados e HDL (colesterol bom) baixo
Quando a doença está com níveis elevados provoca sérios problemas para os órgãos da pessoa. Pode levar a alteração da retina, rins e até das artérias, levando a danos irreversíveis, como cegueira, insuficiência renal com hemodiálise e infarto do coração. “Precisamos voltar aos hábitos saudáveis alimentares de antigamente, consumindo mais frutas, legumes e verduras e realizar atividade física regularmente”, sugere a médica.
As mulheres, em período gestacional, que nunca tiveram a doença, também podem adquirir, isso acontece em 14% dos casos. É causado pela associação de fatores de risco, e pela ação dos hormônios contrarreguladores(que fazem aumentar a glicose) que na gestação estão em maior atividade.
Veja o vídeo ilustrativo sobre a doença
Prevenção do diabetes
– Praticar atividade física regularmente
– Manter o peso saudável
– Alimentação saudável
– Diminuir o consumo de gorduras e carboidratos
– Não fumar
Hospital de referência
Atualmente, o hospital de referência no tratamento de diabetes é o HRT – Hospital Regional de Taguatinga. Entre janeiro a setembro de 2009, segundo dados da Secretaria de Saúde, o HRT realizou mais de 7800 consultas endocrinológicas, e em todo o DF quase 40 mil no mesmo período. A equipe de endocrinologistas do hospital chega a 12 e está divida para atender aos seis ambulatórios especializados para diabéticos.
Ambulatórios do HRT para o tratamento de diabéticos
– Síndrome metabólica (triglicerídeo elevado, alteração na glicose, hipertensão, HDL baixo)
– Neuropatia e pé-diabético (feridas dos pés)
– Disfunção erétil (ocorre até nos jovens)
– Diabetes tipo 1
– Diabetes tipo 2
– Diabetes gestacional
Saiba mais: www.diabetes.org.br
Há duas décadas lutando contra a doença

José Barbosa: “Eu não sentia nada, por isso nunca havia procurado um médico” (Foto: Graciliano Cândido)
O aposentado José Barbosa da Silva, 65, fez parte durante muito tempo da população que desconhece ter o diabetes. O aposentado descobriu que era portador da doença por acaso. Há 20 anos atrás, sua esposa passou por uma cirurgia na coluna e precisou de doadores de sangue. Quando José Barbosa chegou ao banco de sangue e fez os exames de triagem recebeu a notícia de que não poderia doar, pois estava com a diabetes alta. “Eu não sentia nada, por isso nunca havia procurado um médico”, afirma o aposentado que é portador da diabetes tipo 1.
Depois que descobriu a doença, procurou um médico. No primeiro exame realizado, indicou que a diabetes estava 120, bem acima da média. A partir disso, ele cumpre uma dieta rigorosa com menos consumo de açúcar, carboidratos, gorduras. “Hoje em dia deixo de consumir doces, açúcar, massas e carboidratos para controlar a diabetes”, diz Barbosa.
Além do acompanhamento da dieta, toda semana vai ao Posto de Saúde Nº 01 do Guará para fazer o acompanhamento e a cada seis meses vai ao Clínico geral. Além disso, usa um medicamento duas vezes por dia. O remédio é adquirido pela rede pública e frequentemente falta na farmácia. “Quando não tem o remédio no Posto de Saúde, eles procuram substituir, mas tem vez que nem isso acontece e o jeito é comprar do meu próprio bolso”, observa.
O aposentado diz que a prática de esportes é fundamental para manter a doença equilibrada. Procura fazer caminhada e andar de bicicleta toda semana para manter a saúde. “Quando faço exercícios respiro melhor e dá mais disposição”, destaca Barbosa.
Ele diz que as pessoas que tem diabetes precisam seguir a todas as orientações médicas para ter uma vida saudável. Ele classifica a diabetes como uma doença silenciosa e perigosa, mas desde que siga todas as recomendações médicas, a diabetes não atrapalha em nada a rotina. “A pessoa precisa ter muito cuidado para não adquirir a doença. Durmir bem, e ter uma boa alimentação faz parte”, completa o aposentado.
Regina Borba said
Parabéns Graciliano!
Tua matéria falando sobre Diabetes tá muito interessante.
Tenho certeza que os leitores estão bem orientados sobre a doença.
Beijão!
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