Por Vinícius Ferreira
Faltam poucos dias para escolhermos nossos representantes pelos próximos quatro anos, mas, pelo que vejo, a maioria das pessoas não está muito interessada ou não conhece o valor desse momento, Votar significa tomar uma posição política e ideológica e não escolher o melhor candidato. Primeiro de tudo: vota-se no partido e não no candidato. O mandato de um deputado federal, por exemplo, é do partido ao qual pertence e não dele mesmo. Ponto dois: fazemos escolhas incoerentes. Por exemplo: como podemos votar em um candidato de direita e em outro de esquerda? Embora as relações políticas sejam complexas e a esquerda atual esteja capenga, ainda existe uma grande diferença entre escolher (votar) um candidato do PSDB e outro do PSOL, por exemplo. Geralmente, partidos de direita defendem a redução da taxa tributária, o desmantelamento do Estado (privatizações), só dois pontos para contextualizar. Os partidos de esquerda discutem a tão sonhada reforma agrária e a desigualdade social. É claro que esse debate não acontece abertamente e ações de ghovernos de direita podem beneficiar o povo, mas de fundo desejam mais ainda manter e aumentar a hegemonia que domina o país desde seus primórdios (pobre é pobre sempre, no máximo consegue chegar a classe média, já os ricos, são sempre os mesmo, dificilmente perdem o que tem).
Imagino que para a maioria dos leitores essas considerações não fazem sentido, são chatas e nem mesmo merecem ser lidas, mas em consideração aos que persistem continuo agora com um terceiro ponto: votamos sempre por interesse pessoal. Isso pode ser um erro porque temos que ter cuidado para não deixarmos o EU se sobressair sobre o NÓS. O Brasil é formado pelo conjunto de seus indivíduos (os brasileiros). Ao votar em fulano porque ele vai me dar emprego, cesta básica e lote, estou querendo dizer o seguinte: o importante sou eu. O resto, que se lasque! Basicamente é isso. Não importa se esse candidato for um péssimo governante, desde que eu esteja bem. O problema é que somos indivíduos em constante interação e nossas escolhas podem significar muito na vida de outras pessoas. A vontade da nação é, sem dúvida, a manifestação das vontades dos indivíduos que a compõe.
Falta formação política em nós. Os partidos estão perdidos. Não sabem o que querem, nem o que representam. O Tiririca (aquele humorista) vai ter mais de 1 milhão de votos em São Paulo, segundo as últimas pesquisas. É preciso haver mobilização. O Brasil ainda precisa acabar com muitas mazelas. O país melhorou nos últimos anos, mas enquanto houver tamanha ignorância política o quadro de desigualdade sociais vai continuar persistindo. A eleição é o termômetro para vermos em que patamar estamos. Se continuarmos elegendo Tiriricas da vida podemos ficar piores do que já estamos!!!